Se decidir não foi muito fácil, Larissa não costumava pensar mas nesse dia havia pensado até demais.
- E se termino com ele, eu sei que vai passar. Os choros e a dor vão passar. Sei também que o alivio fica, a dor nas costas some e essa aliança chata sai do meu dedo. Mas se não passar? E se a dor for interminável e o choro mais intenso do que posso aguentar? E se eu sentir falta da sua cara feia por eu não ter ligado, e quem vai me lembrar de ir a lavanderia e separar as meias coloridas das pretas e brancas? Mas eu sei que vou poder sair com quem quiser e no fim da noite não vou dar explicações, sei que vou poder escutar música no volume máximo sem ninguém me perturbar. Mas também não posso esquecer que agente jurou né, na praia sozinhos sem nenhuma testemunha e nem de papel passado mas juramos que nenhum de nós desistiria. Então eu não posso desistir, mas o que eu faço com essa vontade de desistir, de cuidar só de mim? De estar sozinha a noite e não lembrar de nenhuma data comemorativa? Eu não terei mais ele e talvez isso seja bom, me livrar de suas manias chatas, sua obsessão por saúde, e vou me livrar do seu sorissinho maroto, do hálito de menta e de suas mãos quentes. Ai são 4 anos, e por isso mesmo eu quero desistir, já durou muito ele já me viu loira, morena, ruiva... Já durou muito e é por isso que é tão duro desistir. Tá decido eu desisto, amanhã mesmo eu desisto.
E antes que ela pudesse voltar a pensar nele, ele havia chegado com seu hálito de menta e suas mãos quentes, ele com tantas promessas e sorrisos, ele que fez ela esquecer e deixar isso de tomar decisões pra uma vida futura.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
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