terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Se decidir não foi muito fácil, Larissa não costumava pensar mas nesse dia havia pensado até demais.
- E se termino com ele, eu sei que vai passar. Os choros e a dor vão passar. Sei também que o alivio fica, a dor nas costas some e essa aliança chata sai do meu dedo. Mas se não passar? E se a dor for interminável e o choro mais intenso do que posso aguentar? E se eu sentir falta da sua cara feia por eu não ter ligado, e quem vai me lembrar de ir a lavanderia e separar as meias coloridas das pretas e brancas? Mas eu sei que vou poder sair com quem quiser e no fim da noite não vou dar explicações, sei que vou poder escutar música no volume máximo sem ninguém me perturbar. Mas também não posso esquecer que agente jurou , na praia sozinhos sem nenhuma testemunha e nem de papel passado mas juramos que nenhum de nós desistiria. Então eu não posso desistir, mas o que eu faço com essa vontade de desistir, de cuidar só de mim? De estar sozinha a noite e não lembrar de nenhuma data comemorativa? Eu não terei mais ele e talvez isso seja bom, me livrar de suas manias chatas, sua obsessão por saúde, e vou me livrar do seu sorissinho maroto, do hálito de menta e de suas mãos quentes. Ai são 4 anos, e por isso mesmo eu quero desistir, já durou muito ele já me viu loira, morena, ruiva... Já durou muito e é por isso que é tão duro desistir. Tá decido eu desisto, amanhã mesmo eu desisto.
E antes que ela pudesse voltar a pensar nele, ele havia chegado com seu hálito de menta e suas mãos quentes, ele com tantas promessas e sorrisos, ele que fez ela esquecer e deixar isso de tomar decisões pra uma vida futura.

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