
Inglaterra – Londres, 13/06/1957
Saudações Sr. Moraes.
Oh meu Senhor desculpe meu atrevimento, eu sei que não passo de mais uma atriz qualquer, mas eu precisava de uma vez por todas acabar com esse meu jogo de sedução, pois dele não tenho obtido respostas sinceras. Venho por meio desta carta dar o meu cheque-mate, ou eu serei tua meu querido Senhor ou de mais ninguém.
Eu sei que tens me olhado, não negues e perdoe meu atrevimento senhor. Mas sim eu sei que tens me olhado, nos ensaios enquanto eu me trocava podia ver os seus olhinhos pela fresta da cortina. Eu não o denunciei porque quem em mim acreditaria? Eu uma simples atriz de teatro acusando o Sr. Edward Moraes de me espiar pela fresta de uma cortina, além de ser presa por calúnia e difamação ainda estaria mais ainda longe de ti meu senhor.
Sem mais delongas senhor, eu por meio desta carta quero lhe dizer, que o eu posso lhe dar vai mais além do que a imagem de uma atriz bem apessoada por trás de uma cortina. Eu posso ser sua meu senhor, sua e de mais ninguém, sua musa inspiradora, protagonista de tuas peças, par perfeito para um romance contigo, sim meu senhor é o que meu coração almeja há muito tempo, tenho me aguardado inteira apenas para o senhor, desde o meu corpo até meu coração, fiz em mim um escudo e já não permito que nada que não sejas de ti me alcance.
Acho que já não há mais o que falar apartir do momento em que eu lhe entregar esta carta meu destino estará traçado, e por uma vez por todas estarei em tuas mãos. Saiba meu senhor que se faço isso, se me arrisco de uma forma tão incompreensível é apenas porque tenho amor a ti, um amor que não acharás em nenhuma outra, nem na mais bela princesa, ou a mais poderosa rainha, só em mim acharás amor tão grande, tão formoso. Digo adeus meu Senhor e espero tua resposta.
Carinhosamente sua Jaquecline.
Pauta pra edição de Cartas: Bloínquês.
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